sábado, 12 de novembro de 2016

O atual Sistema Educativo, apesar das reformas educativas que têm vindo a acontecer e da vontade manifesta de vários governos em pôr em prática reformas e novas reformas, ainda se encontra desenquadrado da realidade que vivemos, pois em pleno seculo XXI continuamos a utilizar as bases de um Sistema Educativo concebido há 2 séculos atrás. Este sistema educativo não acompanhou as mutações sociais, de origem económica e cultural.

O início de séc. XXI, envolto na sua conjuntura, nova, inesperada e singular, exige, à escola e ao sistema educativo, novos paradigmas que se direcionem para a necessidade de uma formação académica e profissional mais longa e constante, rompendo com o padrão enraizado de que há um tempo para formação (formação inicial) e um tempo para o trabalho e apontando, insistentemente, para a necessidade de uma formação mais longa e diversificada, que acompanhe o ser humano ao longo de toda a sua longevidade.



Não é possível estudar a educação desligada das evoluções sociais. A educação é produto de uma história de sociedade e ao mesmo tempo um determinante essencial para o futuro (Ramos, n. d:3).


quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Modelos e tendências evolutivas nos Sistemas Educativos Europeus (I)

Genericamente podemos definir os sistemas educativos como o conjunto de meios intencionalmente organizados com o objetivo de servir o desenvolvimento global da sociedade. A sua missão é criar as condições morais, técnicas, materiais e infraestruturais que permitem a realização permanente da educação, com a qualidade requerida e para todos os membros da sociedade (Benedito, 2007: 20).

Ao sistema educativo corresponde a reprodução de uma cultura e de uma força de trabalho nacional com a finalidade de construir aquilo que podemos chamar de coesão nacional. Os paradigmas em que assentou a sociedade até finais do século XX estão decadentes, e conduziram a problemas económicos, sociais e culturais. A educação ganha novos desafios numa sociedade que proclama pela educabilidade, criatividade e etnicidade (Carneiro, R. 1994), promovendo a mudança e assumindo-se como adaptável aos contextos reais da atualidade.
No âmbito do sistema educativo, perspetivando a família como um subsistema do mesmo, Jacques Delors (1996, p. 111) realça o seguinte: “A família constitui o primeiro lugar de toda e qualquer educação e assegura, por isso, a ligação entre o afetivo e o cognitivo, assim como a transmissão dos valores e das normas. As suas relações com o sistema educativo são, por vezes, tidas como relações de antagonismo: em alguns países em desenvolvimento, os saberes transmitidos pela escola podem opor-se aos valores tradicionais da família; acontece também que as famílias mais desfavorecidas encaram, muitas vezes, a instituição escolar como um mundo estranho de que não compreendem nem os códigos nem as práticas. Um diálogo verdadeiro entre pais e professores é, pois, indispensável, porque o desenvolvimento harmonioso das crianças implica uma complementaridade entre educação escolar e educação familiar (…)"

É por se considerar a família um subsistema que deveremos ter em conta os seus contributos para, juntamente com a escola, levar os alunos a aprender a aprender, desenvolvendo as suas competências e intervindo como cidadãos reflexivos na sociedade. É por isso que a Educação é como uma construção social, na qual necessitamos dos contributos de toda a comunidade educativa. Afinal, a educação é uma responsabilidade de todos nós.

Bibliografia
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Benedito, N. (2007) Centralização de Sistemas Educativos e Autonomia dos Atores Organizacionais – Tese de doutoramento, Universidade do Minho
Carneiro, Roberto (1994). A evolução da economia e do emprego. Novos desafios para os sistemas educativos no dealbar do séc. XXI 
Delors, J. et al. (1996). Educação um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Porto: Edições Asa.